Durante
a tarde da última terça-feira de carnaval, o empresário, ex-vereador e ex-secretário
Eduardo Sá nos recebeu em sua residência, em Chapadinha, onde aproveitava o feriado
ao lado da esposa, Ilza Sá, e das duas filhas do casal.
Tranquilo
e firme nas respostas, Sá não se esquivou de nenhum questionamento e se tornou
o primeiro dos pré-candidatos a prefeito a conceder entrevista para este Blog.
As
entrevistas são compostas por 10 perguntas, incluindo questões fixas, que
aparecerão em todas as entrevistas, outras variáveis de acordo com o candidato,
e ainda algumas sugestões apresentadas pelos leitores do Blog no perfil do
Instagram.
Confira
a íntegra da entrevista
Blog do Braga: Você pretende ser
candidato a prefeito de Chapadinha em 2020? Por que?
Eduardo
Sá: É muito cedo para fazer qualquer avaliação nesse sentido, mas meu nome está
à disposição da sociedade. Acredito que devemos testar um novo projeto
político, afinal Chapadinha não tem apenas duas pessoas para ficar se revezando
no poder. Já conhecemos os dois modelos e entendo que chegou a hora de se
adequar a proposta de renovação que tem dominado o país.
BB: Como você avalia sua atuação pública
nos cargos em que já passou?
ES:
Sempre procurei me dedicar em todas as coisas que fiz e quando olho para trás
vejo em que todos deixei a marca de muito trabalho.
BB: Você foi um dos vereadores mais
atuantes na oposição ao governo Belezinha e consequentemente um dos
responsáveis pela eleição de Dr. Magno. Acredita hoje que valeu a pena? Como
avalia o governo até aqui?
ES:
Tive a coragem de fazer oposição a prefeita Belezinha durante os quatro anos
com muita coragem, aliás é bom que se diga que fui o único aliado do hoje
prefeito a manter essa posição até o fim. Não recuei quando fui ameaçado,
quanto tentaram tomar propriedade minha, nem quando chegaram ao absurdo de asfaltar
minha rua pulando o trecho do meu quarteirão.
Sobre o governo atual, ele hoje tem sido alvo de muitas críticas e eu acredito que se você perguntar até para o próprio prefeito se a forma que ele está governando está ou não dentro da expectativa popular a resposta deverá ser não.
Sobre o governo atual, ele hoje tem sido alvo de muitas críticas e eu acredito que se você perguntar até para o próprio prefeito se a forma que ele está governando está ou não dentro da expectativa popular a resposta deverá ser não.
BB: Sua candidatura a deputado federal
desagradou o prefeito e a primeira-dama que apoiaram Victor Mendes e ele deixou
de se eleger. Você acha que foi tratado de maneira justa durante a campanha?
Acredita que tem como haver um novo entendimento com o prefeito?
ES:
Primeiro é bom salientar que embora algumas pessoas achassem que eu teria que
pedir permissão para A ou B, mostrei que tinha independência e decidi ser
candidato. Se não tive a lealdade reconhecida, cabia a mim decidir que rumo
tomar. Se a opção que tinha era apoiar alguém de fora, decidi oferecer meu nome
para apreciação popular. Tinha essa legitimidade e não me arrependo de ter
feito. Quanto a um novo entendimento a política é muito dinâmica, mas
considerando a atual conjuntura é muito remota essa possibilidade.
BB: Não foi apenas o prefeito. Nenhum
dos candidatos a deputado estadual da região apoiaram sua candidatura a
federal. Como sair do isolamento e conseguir apoio para construir uma
candidatura competitiva?
ES:
Fui para o “test drive” literalmente. Sair de um mandato de vereador e disputar
um mandato de deputado federal realmente foi um desafio e naquele momento me
importava em ter apenas o apoio do povo e foi deles que corri atrás. A disputa
municipal é mais interna, depende de grupo, de apoios e se esse for o
entendimento futuro temos a humildade de correr atrás e buscar costurar essas
alianças.
BB: Na sua passagem pela Secretaria de
Meio Ambiente do estado houve uma investigação que decretou a prisão provisória
de várias pessoas ligadas ao órgão, inclusive a sua. Em que situação está este
inquérito? Você responde a algum processo decorrente daquilo?
ES:
Aquilo nunca foi nem pra frente e nem para trás, tanto que fui candidato sem
responder absolutamente nada. Ainda hoje aguardamos a justiça se pronunciar, o
que era para ser dito e esclarecido de nossa parte o foi.
BB: Os municípios passam por
dificuldades, as duas últimas gestões atualizaram o código tributário para
tentar aumentar a arrecadação local. Que medidas você tomaria para equilibrar
as contas públicas?
ES:
Entendo que o dever para ser bom tem que começar de casa. Aqui entra redução no
tamanho da máquina e corte nas despesas que podem ser evitadas e isso você não
faz com um decreto que existe na teoria, mas que não funciona na prática. A
gestão teria que ter sido estudada lá atrás, para que no decorrer do tempo não
fossem cometidos alguns erros primários que acabaram comprometendo a
regularidade do pagamento do funcionalismo, por exemplo.
BB: Se você estivesse hoje no seu último
dia como prefeito, encerrando o mandato, qual o legado você gostaria de deixar?
Como pretende ser lembrado?
ES:
Chapadinha precisa de obras estruturantes, algumas urgentes, como o caso da
drenagem das avenidas que não dispõe de canal de escoamento da água. Tudo isso
não é barato e sabemos disso, mas depende de vontade política. Uma gestão com
planejamento e a busca das parcerias com o governo do Estado e governo federal
resulta sim em grandes resultados.
BB: Você anunciou sua intenção de
construir um shopping em Chapadinha. Críticos duvidam da viabilidade e o acusam
de usar o projeto para criar a expectativa de empregos para a população. O
projeto é pra valer? Tem alguma influência política ou eleitoral nele?
ES:
Esse é um projeto cuja execução depende de financiamento de um ente público e é
logico que a mudança de governo na esfera federal atinge a política de atuação
e a prioridade desses entes. Logicamente que o nosso pleito entra nesse pacote
que espera o feed back do novo governo, mas não tem nenhuma relação com a
política local. É um empreendimento privado que vai gerar centenas de empregos
e deve ser começar a ser construído neste semestre.
BB: A política vive um momento de
transformação e aversão àquilo que chamam de política tradicional. Qual a
novidade você pode representar para Chapadinha?
ES:
A minha vivência na iniciativa privada foi e é uma grande escola. Acredito que
é possível oferecer um projeto político formado por nomes novos, sem esquecer a
experiência daqueles que já contribuíram com a cidade. Costumo dizer que a
forma de ver e tratar o outro diz muito sobre a forma de agir. É preciso olhar
para Chapadinha levando em consideração seus inúmeros problemas e o desejo da
população de obter respostas para estes.
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