A decisão de devolver a administração da Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de Chapadinha para o município, tomada pelo governo do estado
e revelada em primeira mão pelo Blog do Braga, tem repercutido fortemente nas redes
sociais entre os usuários da cidade.
O líder da oposição na Câmara Municipal, vereador Alberto Carlos
(PR), acusou a atual gestão municipal de falta de planejamento por não ter se preparado
durante a vigência do convênio com o estado para assumir a unidade. O parlamentar até tem razão dado que, questionada sobre o que aconteceria com a UPA, a secretária Mônica Pontes afirmou em dezembro de 2018 (1 ano e 8 meses depois do convênio de um ano ter sido assinado) que ainda estava vendo o que faria porque tudo havia acontecido muito rápido.
Porém, se o governo atual não se preparou para manter a UPA, o que
poderia ser dito sobre o planejamento da gestão anterior que foi atrás de
recurso do governo federal para construir o prédio sem ter dinheiro nem pra
inaugurá-la? A mesma gestão, lembremos, que começou fechando dois hospitais no município.
Mais críticas
Ainda repercutindo a devolução e fechamento da UPA apareceu quem acusasse município e estado de politicagem por
terem mantido a unidade aberta com data certa para encerrar o convênio, mas não
há registro que alguém que tenha protestado contra a inauguração da UPA porque a parceria tinha
prazo. Na época o contrato era de apenas um ano e isso era
sabido por todos, inclusive os vereadores que aprovaram a cessão por unanimidade.
Nessas horas surgem até especialistas de ocasião em administração
hospitalar para dizer que não precisaria de tanto recurso assim para manter a
UPA funcionando com a mesma qualidade. Vamos fazer conta: A UPA estava
funcionando com quatro médicos. A R$ 2 mil o valor do plantão, isto significa
R$ 8 mil reais por dia, R$ 240 mil por mês só para pagar os médicos. São necessários ainda mais de 15 enfermeiros, técnicos, assistentes sociais, nutricionistas,
maqueiros, recepcionistas, profissionais de segurança e de serviços gerais. É preciso pagar a conta de energia elétrica de um prédio que funciona 24h por dia climatizado.
É necessários abastecer constantemente o estoque de remédios e insumos, que nunca foram alvo de reclamações dos pacientes durante estes quase dois anos.
Mesmo que reabra por conta própria a UPA, uma Prefeitura em
dificuldade para pagar até os salários dos servidores não tem recursos suficientes
para manter o nível do serviço que vinha sendo prestado ali.
Não espere compreensão do povo
A população não quer saber se a Emenda Constitucional do
Teto de Gastos congelou os investimentos já defasados em saúde por 20 anos. A
maioria vê os valores que entram nos cofres do município sem se dar conta dos
gastos obrigatórios e automáticos que uma Prefeitura como a de Chapadinha tem
todos os meses.
Se a UPA permanecer fechada ou mesmo se reabrir sem a mesma qualidade, o desgaste fica no colo do prefeito Magno Bacelar e isso já se nota em comentários publicados em redes sociais até por antigos defensores da gestão.
Sobra desgaste também para o governador Flávio Dino, mesmo
este tendo feito por quase dois anos aquilo que não era nem sua obrigação e agora
investindo valores ainda maiores no Hospital Regional de Chapadinha, mas não é
ele quem vai ter que enfrentar o processo eleitoral no ano que vem.
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