Vocês viram que surpreendente a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre o grau de satisfação dos usuários do SUS, com a nossa principal rede de saúde pública? Ao contrário do que todos imaginam, mais de 30% dos que o utilizam aprovam o sistema que, em muitos dos itens pesquisados conquista, por exemplo, uma aprovação semelhante à atribuída aos setores financeiros, aéreos e de telecomunicações.
Segundo o IPEA, em 2010, entre os que utilizaram o sistema público de saúde ou acompanharam algum parente que dele necessitou, cerca de 30,4% disseram que o SUS é bom ou muito bom, enquanto 27,6% o consideraram ruim ou muito ruim.
A média não é a ideal, obviamente, mas mostra claramente que a percepção catastrófica da saúde pública no Brasil está bastante equivocada, e que esta é mais uma visão dos que não precisam usar o SUS. Prova disso é que o maior índice de desaprovação ao sistema está justamente entre aqueles que não utilizaram seus serviços no último ano.
O IPEA revela que neste grupo, 34,3% afirmaram que o sistema é ruim e muito ruim, enquanto 19,2% consideraram-no bom ou muito bom. Veja o quadro abaixo:
Fonte: Ipea
Considerando os que utilizaram o SUS e os que não o utilizaram, num universo de 2.773 pessoas de todos os Estados, temos o seguinte quadro: 28,9% dos entrevistados consideram o SUS muito bom ou bom; 28,5% que seus serviços são ruins ou muito ruins; e 42,6% classificaram-no como regular.
Saúde da Família, o mais alto índice de aprovação
Destaca-se nesta pesquisa, ainda, a alta avaliação conferida pelos usuários do programa Saúde da Família do governo federal - 80,7% consideram o acompanhamento feito por suas equipes bom ou muito bom.
Também é alta a avaliação da distribuição de remédios gratuitos, considerada boa por 69,6% dos que dela se utilizaram. Já as emergências e postos de saúde foram aprovados por 48% e 45% dos entrevistados respectivamente; e desaprovados (ruins ou muito ruins) por 31%.
Vale destacar que o SUS foi melhor avaliado no que se refere ao acesso gratuito dos serviços de saúde (52,7%), atendimento universal (48%) e distribuição gratuita dos medicamentos (32,8%). Já os aspectos negativos apontados são a falta de médicos (58,1%), a demora nos atendimentos nos postos de saúde ou hospitais (35,4%) e também em consultas com especialistas (33,8%).
Não deixem de conferir a íntegra da pesquisa disponível no site do IPEA.
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