Hoje completam-se 45 anos passados do golpe militar de 1964, que derrubou o governo João Goulart e instaurou a ditadura militar no Brasil.
Foi um golpe muito estranho. Não tenho notícia de outro país que passou por um golpe de Estado e que no dia seguinte teve reunião do Congresso Nacional. Ouça aqui o áudio do então presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, sentenciando que Jango teria deixado a nação "acéfala", declarando a posse na presidência da República do então presidente da Câmara Ranieri Mazzili e dando um caráter institucional a algo que aconteceu na marra, mas sem violência.
Jango, acuado pelo movimentos golpistas, "exilou-se" no Rio Grande do Sul, governado a época pelo seu cunhado Leonel Brizola e deixou o país logo após o golpe. Brizola pretendia realizar um movimento de resistência, mas o próprio João Goulart recusou "para evitar um derramamente de sangue".
Ora, mesmo que houvesse um derramamente de sangue, a democracia deveria ter sido defendida. E, perdendo ou ganhando, o movimento de resistência seria um marco na história brasileira. Uma das piores consequências da ditadura que se seguiu foi a criação de uma geração extramente alienada, o que reflete na vida política brasileira ainda hoje. Com a resistência a tendência seria exatamente o contrário.
O governo
Vale a pena lembrar o que foi o governo de João Goulart. Ele foi eleito vice-presidente e assumiu depois de Jânio Quadros renunciar, apesar de já ali terem havido movimentações golpista para evitar sua posse.
Jando tinha ministro notáveis como Darcy Ribeiro na Casa Civil e Celso Furtado no Planejamento, que lançou o plano trienal, que pretendia solucionar os problemas estruturais do país com as reformas de base, entre as quais:
Reforma educacional: Visava combater oanalfabetismo com a multiplicação nacional das pioneiras experiências do Método Paulo Freire. O governo também se propunha a realizar uma reforma universitária e proibiu o funcionamento de escolas particulares. Foi imposto que 15% da renda produzida no Brasil seria direcionada à educação;
Reforma tributária: Controle da remessa de lucros das empresas multinacionais para o exterior; o lucro deveria ser reinvestido no Brasil;
Reforma eleitoral: Extensão do direito de voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente.
Reforma agrária: Terras com mais de 600 hectares seriam desapropriadas e redistribuídas à população pelo governo. Neste momento, a população agrária era maior do que a urbana.
Não é difícil saber porque ele foi derrubado.
Foi um golpe muito estranho. Não tenho notícia de outro país que passou por um golpe de Estado e que no dia seguinte teve reunião do Congresso Nacional. Ouça aqui o áudio do então presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, sentenciando que Jango teria deixado a nação "acéfala", declarando a posse na presidência da República do então presidente da Câmara Ranieri Mazzili e dando um caráter institucional a algo que aconteceu na marra, mas sem violência.
Jango, acuado pelo movimentos golpistas, "exilou-se" no Rio Grande do Sul, governado a época pelo seu cunhado Leonel Brizola e deixou o país logo após o golpe. Brizola pretendia realizar um movimento de resistência, mas o próprio João Goulart recusou "para evitar um derramamente de sangue".
Ora, mesmo que houvesse um derramamente de sangue, a democracia deveria ter sido defendida. E, perdendo ou ganhando, o movimento de resistência seria um marco na história brasileira. Uma das piores consequências da ditadura que se seguiu foi a criação de uma geração extramente alienada, o que reflete na vida política brasileira ainda hoje. Com a resistência a tendência seria exatamente o contrário.
O governo
Vale a pena lembrar o que foi o governo de João Goulart. Ele foi eleito vice-presidente e assumiu depois de Jânio Quadros renunciar, apesar de já ali terem havido movimentações golpista para evitar sua posse.
Jando tinha ministro notáveis como Darcy Ribeiro na Casa Civil e Celso Furtado no Planejamento, que lançou o plano trienal, que pretendia solucionar os problemas estruturais do país com as reformas de base, entre as quais:
Reforma educacional: Visava combater oanalfabetismo com a multiplicação nacional das pioneiras experiências do Método Paulo Freire. O governo também se propunha a realizar uma reforma universitária e proibiu o funcionamento de escolas particulares. Foi imposto que 15% da renda produzida no Brasil seria direcionada à educação;
Reforma tributária: Controle da remessa de lucros das empresas multinacionais para o exterior; o lucro deveria ser reinvestido no Brasil;
Reforma eleitoral: Extensão do direito de voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente.
Reforma agrária: Terras com mais de 600 hectares seriam desapropriadas e redistribuídas à população pelo governo. Neste momento, a população agrária era maior do que a urbana.
Não é difícil saber porque ele foi derrubado.
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