Foi eleito presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) na tarde desta terça-feira (10) o companheiro David Barros. A eleição ocorreu na sede do Conselho, em Brasília, e contou com 38 votos favoráveis para David contra 12 votos para o outro candidato, Valério Benfica, representante do Centro Popular de Cultura.
David Barros é militante da Juventude do PT, ex-diretor presidente do Instituto de Juventude Contemporânea (IJC), representante do mesmo no Conselho e foi candidato a vereador de Fortaleza nas eleições de 2008.
No ano passado, a presidência e vice-presidência foram exercidas, respectivamente, por Danilo Moreira, que é secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Juventude, e Maria Virgínia de Freitas, representante da ONG Ação Educativa. O Conjuve é um órgão consultivo e auxiliar do governo federal na elaboração de políticas públicas para a juventude brasileira e é composto por 2/3 de representantes da sociedade civil e 1/3 de representantes governamentais, que são eleitos para um mandato de dois anos.
Segue entrevista:
Blog do Braga: Quais os desafios estão postos para o Conjuve?
David Barros: O Conselho Nacional de Juventude tem desafios significativos que podem mudar as perspectiva da Política Nacional de Juventude. Primeiro, o Conjuve precisa mobilizar a Juventude Brasileira para Aprovação do Plano Nacional de juventude e o Projeto de Emenda Constitucional que inclui na Constituição Brasileira , a juventude como sujeito de direitos. Este é um desafio importante porque a aprovação dos marcos legais consolida a institucionalidade da política de juventude e nos dá parâmetro para as ações de governo. Teremos assim, mais um instrumento de luta para melhoria da qualidade de vida da juventude Brasileira. Segundo, fortalecer a Política Nacional de Juventude, garantindo a transversalidade das políticas do governo federal. Pra isso um constante dialogo com o governo no sentido de estabelecer uma câmara interministerial de juventude para junto com o conselho, articular a implementação das prioridades da Conferencia Nacional de Juventude e o aperfeiçoamento dos programas governamentais para jovens tem importante destaque. Terceiro, fortalecer as experiências de conselhos de juventude nos estados e municípios. Esse é um desafio fundamental porque as prefeituras e governos estaduais são agentes importante na execução da política pública e por isso exigi qualificar a intervenção dos conselhos e investir na formação dos conselheiros e conselheiras, principalmente da sociedade civil, para que possam exercer de fato a tarefa de controle social e dialogar com os governos.
BB: Em que sentido a gestão da sociedade civil será diferente da gestão do poder público?
DB: Ela será diferente no sentido do fortalecimento do protagonismo da sociedade civil na condução política do conselho. Um fato marcante deste protagonismo é a pactuação entre os membros da sociedade civil no Conjuve de uma Agenda para este ano a ser monitorada durante as próximas reuniões do Conselho Nacional de juventude. Isso empodera o coletivo da sociedade civil dos desafios a serem superados. A presidência da sociedade civil deve cobrar do governo uma participação mais efetiva dos conselheiros governamentais para que possam com suas informações e sua capacidade técnica, fortalecer o ação de controle e monitoramento do Conjuve. Outro diferencial será mobiliar a juventude brasileira para construção de uma Plataforma dos movimentos e organizações juvenis de políticas de juventude. Isso é importante para fortalecer politicamente o conselho que atuará com um conjunto de propostas consensuadas com as forças políticas que compõe o movimento, o que o consolida como espaço de garantia de direitos e apresentação de demandas. Estamos herdando marcas importantes da gestão do poder público tais como a realização da Conferência Nacional de Juventude, o Pacto pela Juventude e o I Encontro Nacional de Conselhos de Juventude que deram visibilidade ao Conjuve, queremos dar seqüência a este trabalho e dar conseqüência aos encaminhamentos e prioridades que assumimos junto com a presidência.
BB: Em sua opinião, qual deve ser o papel da JPT na construção do CONJUVE?
DB: A Juventude do PT deve mobilizar-se para fortalecer a pauta do Conjuve no sentido de consolida-lo com espaço indispensável de condução da política nacional de juventude. Temos pela primeira vez uma pauta construída pela sociedade civil baseada no fortalecimento da dimensão de controle social do conselho, na interlocução com o governo e o parlamento e na articulação com os movimentos juvenis e outros espaços de controle social e é indispensável a participação da juventude do PT para efetivarmos essa agenda. Em segundo lugar a JPT precisa sistematizar o que eu quero chamar de “modo petista de políticas de juventude”. Temos diversos companheiros e companheiras militando na luta pelos direitos da juventude seja nas prefeituras, nos governos estaduais, no governo federal, no parlamento e principalmente na sociedade civil e é importante que a JPT possa construir, baseada no acumulo dessa experiências, seu programa para orientar a participação dos petistas nos espaços de intervenção da Política Nacional de Juventude e contribuir com a plataforma nacional de políticas de juventude que queremos articular com o conjunto das forças políticas que atuam com este segmento. Então quero convocar a Juventude do PT a assumir conosco os desafios do Conjuve e lutar pelos direitos da juventude fortalecendo o papel de nossa geração na redução das desigualdades de nosso país e colaborando para a melhoria da qualidade de vida da Juventude Brasileira.
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