Quem viveu em Chapadinha o alvorecer do século XXI se
impressionou com a mudança trazida pelas gestões do Dr Magno Bacelar. Do atraso
para o pagamento adiantado, avenidas recebiam asfalto pela primeira vez depois
de décadas, de quatro professores graduados a rede municipal de ensino pulou para
mais trezentos com apenas um convênio entre a Prefeitura e a Universidade Estadual
do Piauí (Uespi), postos de saúde eram inaugurados em diferentes bairros e o atendimento
hospitalar era satisfatório. Foram oito anos tão bem administrados que ele conseguiu
fazer como sua sucessora a ex-vereadora Danubia Carneiro, que era muito
rejeitada na época.
Então como é possível que este mesmo cidadão lidere hoje uma
administração tão rejeitada no mesmo município onde antes ele era cogitado até
para disputar o governo do estado? Por que até os servidores públicos tão
priorizados voltam a ver salários sendo atrasados. O que foi que mudou?
Simples: “É a economia, estúpido”. Magno governou oito anos
consecutivos com fortes aumentos do Fundo de Participação do Município num país
que crescia espantando os olhos do mundo. No seu primeiro ano de gestão Magno
teve um FPM 15,06% maior do que aquele do ultimo ano do seu antecessor. Os anos
seguintes foram sempre de crescimento. Respectivamente 22,42%, 6,17%, 11,49%,
25,53%, 11,08%, 23,99% e 12,96%. De R$ 5 milhões em 2000, o FPM de Chapadinha
saltou para R$ 16,4 milhões em 2008.
Danúbia estreou com queda 4,63% e teve crescimentos de 7,15%,
28,83% e 3,01% nos anos seguintes. Belezinha só conheceu aumento no FPM em todos os seus anos:
7,28%, 8,32%, 5,93% e 16,15%. Já Magno voltou com queda 3,61% em 2017 e crescimento
de 2,89% em 2018, menor que a inflação de 3,59% acumulada no ano.
Em resumo, Magno não é o gênio da administração pública que
parecia nos seus dois primeiros mandatos, nem a catástrofe que parece ser
agora. É apenas um prefeito normal, que governa bem quando tem mais recursos e
governa mal quando tem menos recursos.
Todos os dados apresentados neste texto foram recolhidos por
mim no Demonstrativo Financeiro do Bando do Brasil. Quem quiser pode tentar
desmentir qualquer informação neste link. Pode também tentar desmentir que o
município ficou engessado com a convocação de mais concursados pela ex-prefeita
depois dela ter perdido a eleição em 2016, ou que aumentaram substancialmente os
preços da energia elétrica e dos combustíveis, produtos que impactam
severamente as despesas de um ente com centenas de imóveis e grande frota de
veículos.
O cidadão chapadinhense pode perceber que o município já
conta com quase duas dezenas de pré-candidatos à Prefeitura e nenhum deles está
criticando publicamente o prefeito pelo atraso dos salários. Porque eles sabem
o que aguarda a qualquer um que lograr êxito nas urnas em 2020: Um município
inviabilizado financeiramente.
Duvide de quem prometer saída fácil para a crise que o
município vive e espere para ver se alguém poderá se eleger assim e não se
desmoralizar logo depois.
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