Brasil – Maranhão – Chapadinha
Depois de uma liderança
carismática e com a qual o povo brasileiro se identifica como o companheiro
Lula, a eleição de sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, elevou ainda
mais o debate político para um caráter programático. Sua eleição foi a vitória
e consolidação do projeto político petista em âmbito nacional e o
fortalecimento do partido para os desafios deste novo Brasil que estamos
construindo. Em 2010, aumentamos nossa participação em governos estaduais, além
de termos eleito a maior bancada de deputados federais e a segunda do Senado
Federal, antigo guardião das forças conservadoras.
Seguindo a mesma linha política
da disputa federal, a aliança PT-PMDB foi vitoriosa nas eleições estaduais maranhenses
levando o companheiro petista Washington Luiz ao posto de vice-governador do
nosso estado. Washington Luiz tem tido participação ativa no governo,
principalmente na interlocução com a sociedade e os movimentos sociais. Essa
atuação tem sido determinante para repactuar as relações internas no PT do
Maranhão. Pelo seu estilo conciliador, ele foi escolhido pelo partido para
disputar a eleição municipal em São Luís com o apoio de uma ampla coligação
partidária e chances reais de levar o partido, pela primeira vez, ao comando da
administração da nossa capital.
Este fortalecimento nacional e
estadual deve ser enraizado em cada um dos 217 municípios do estado do Maranhão
para viabilizarmos em longo prazo o partido também como alternativa real de
poder para o estado, inclusive em Chapadinha, cidade estratégica da região do
Baixo Parnaíba e em forte expansão econômica.
O PT fez uma opção histórica de
ser um partido de massas, enraizado nos movimentos sociais, nos sindicatos e
igrejas. Crescemos aos poucos nestes mais de 30 anos de história e
reconhecemos, principalmente depois da vitória de Lula em 2002, a necessidade
tática de ampliarmos no arco de alianças para vencermos eleições proporcionais
e majoritárias viabilizando as mudanças sociais que o país tem vivido nesta
última década.
2008-2012
Hoje, decidimos nossa tática para
as eleições de 2012 reféns dos erros e dos acertos cometidos nos últimos quatro
anos. Cometemos um equívoco de análise no lançamento da nossa candidatura
própria nas eleições de 2008 e ao não priorizarmos a eleição de vereadores
naquele ano. Lançamos sete candidatos e obtivemos 1435 votos, o que não é uma
quantidade desprezível em cenários decididos cada vez mais acirradamente.
Sem representante no legislativo
municipal, os candidatos do PT-MA a deputado estadual conseguiram 1.276 votos em
Chapadinha e os candidatos a deputado federal 1.474 votos. Todas essas votações
citadas seriam insuficientes para eleger um vereador nesta próxima eleição, já
que o coeficiente eleitoral poderá chegar a 3.000 votos.
Com a vitória da chapa PT-PMDB na
disputa estadual, o PT abriu diálogo com várias administrações municipais
ligadas ao grupo da governadora Roseana Sarney e em Chapadinha não foi
diferente. Depois de um longo processo de debates e negociações públicas, o
Diretório Municipal decidiu institucionalmente pelo apoio à administração da
prefeita Danúbia Carneiro. A partir daí, com o diálogo com o deputado estadual
Magno Bacelar e com seu grupo político, viabilizamos a criação da agência do
SINE (Sistema Nacional de Emprego) no município, dando segurança a empregados e
a empregadores no processo de criação de emprego e renda pelo qual passa nosso
município.
Reivindicação petista junto à
administração municipal, o repasse percentual ao Fundo da Infância e
Adolescência (FIA) foi triplicado com a entrada do partido no governo,
mostrando que as bandeiras que levantamos são as mesmas quando oposição e
quando governo.
O trabalho apresentado pelos
nossos quadros nas Secretarias de Trabalho e Renda, Assistência Social e
Projetos Especiais se destacaram e chamaram a atenção de aliados e adversários.
Além disso, com o apoio do deputado estadual Magno Bacelar, conquistamos o
comando da Unidade Regional de Educação de Chapadinha, reivindicada desde o
início da aliança estadual PT-PMDB.
Relações históricas
Consciente de que a eleição não
será uma disputa entre candidatos, mas sim uma disputa entre grupos políticos,
precisamos levar em conta a incoerência histórica que seria o PT se aliar ao
grupo político comandado pelo ex-prefeito Isaías Fortes, sob qual governo
sofremos diversos ataques e perseguições.
O atraso dos salários do
funcionalismo público, por mais absurdo que fosse, era apenas um dos sintomas
do caos instalado na administração municipal da época, tempo no qual o
município estagnou economicamente e a política social se baseava no
assistencialismo direto aos correligionários do poder enquanto a maior parte do
povo vivia na miséria.
Se nunca havíamos nos aliados a
nenhum dos dois grupos, a resistência ao grupo do ex-prefeito Isaías Fortes
sempre foi muito maior e seria inexplicável politicamente uma aliança
justamente quando o partido está aliado ao grupo oposto, ocupando espaços nos
governos municipal e estadual.
A postura recente do partido fez
com que vários companheiros tenham sido alvo de duros e levianos ataques de
partidários da oposição, inclusive no campo pessoal, reforçando a avaliação de
que nenhuma falha do governo atual justificaria politicamente uma aliança com a
oposição.
2012-2016
Com a decisão partidária de não
ter candidatura própria nas eleições deste ano, devemos focar na construção de
uma candidatura petista forte para disputarmos a prefeitura de Chapadinha com
chances reais de vitória em 2016. Essa construção não pode esperar, sob risco
de chegarmos às próximas eleições na mesma circunstância que nos encontramos
hoje.
Precisamos abrir o partido a
novas filiações e aumentar nossa inserção nos movimentos sociais. Além de
constituir instrumento estratégico para a classe trabalhadora, precisamos
mobilizar a juventude nas lutas cotidianas por uma educação pública universal e
de qualidade e a geração de emprego e renda com respeito ao meio ambiente.
Devemos conquistar mandatos legislativos que se destaquem pelo modo petista de
legislar em diálogo permanente com as bases.
A de se considerar que na eleição
passada, as coligações proporcionais que apoiaram a candidatura de Danúbia
Carneiro tiveram 40,76% dos votos, a coligação que apoiou Dr. Levi teve 22,57%,
a coligação que apoiou Dr. Talvane teve 13,66% e a coligação que apoiou Joana
Leal teve 0,74%, somando 77,73% dos votos válidos. Com 22,27% dos votos, a
chapa da oposição conseguiu duas das dez vagas em disputa.
Na eleição deste ano, a oposição deve contar com quatro partidos (PRB, PTB, PRP, PTC) e o governo 14 partidos (PR, PSB, PV, PMDB, PDT, PPS, PSDB, PP, DEM, PSD, PSC, PSDC, PRTB, PHS). Com 15 vagas em disputa e isolada, a oposição deve alcançar três vagas (no máximo quatro, com o apoio do PT).
Assim, defendemos que o PT
componha uma coligação majoritariamente formada por partidos de esquerda e
centro-esquerda, sem vereadores no mandato e que proporcione a eleição de
companheiros petistas para a Câmara Municipal.
Se quisermos construir uma
Chapadinha mais justa e organizada administrada a partir de 2017 por um governo
democrático e popular petista, não podemos nos atrelar a uma candidatura na
qual não há espaço de decisão para forças que não fazem parte do núcleo do
grupo político liderado pelo ex-prefeito Isaías Fortes.
Uma decisão do PT de aliança com
o grupo do ex-prefeito Isaías Fortes iria na contramão do momento político que
vivemos, visto que mesmo os partidos da chamada “3ª via”, com os quais já
estivemos em vários outros momentos e que no início do debate pré-eleitoral
eram simpáticos à candidata da oposição, já decidiram pelo apoio à candidatura
do governo.
Mesmo conscientes dos erros (e
dos acertos) da atual administração precisamos ter maturidade política
suficiente para tomar nossa decisão pensando tática e estrategicamente no
melhor caminho para o partido e para a cidade a médio e longo prazo.
Somados todos esses fatores às
incertezas quanto à candidatura que será escolhida pela oposição na convenção
oficial defendemos que o Partido dos Trabalhadores de Chapadinha apoie a
candidatura a prefeito do deputado Magno Augusto Bacelar Nunes (PV).
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