Por Zé Dirceu
Nesta semana, estive em um debate organizado pela Juventude do PT em Minas Gerais sobre os desafios à política nacional de juventude. Saí do encontro mais convicto de que preparar o Brasil para o futuro passa por introduzir a juventude em nossas políticas públicas.
Não restam dúvidas do quanto avançamos no governo Lula: saímos de um profundo sucateamento das políticas públicas e alcançamos um patamar mínimo de valorização do jovem.
De fato, foram várias realizações: da reestruturação do ensino superior - com a construção de 14 novas universidades - ao Enem e ProUni, passando pela instituição do piso salarial do professor, pela entrega de 240 novas escolas técnicas, criação de 15 milhões de empregos e valorização do salário mínimo. Trata-se de um conjunto de ações que permitem devolver ao jovem esperança e perspectivas.
Contudo, há ainda muito por fazer até 2014. Na educação, os caminhos já foram indicados pela presidente Dilma Rousseff e abarcam políticas tanto para a infância como para a juventude. Por exemplo: fazer 6.000 novas creches; ampliar a Rede Cegonha, lançada em março, em Belo Horizonte; construir 200 novas escolas técnicas; e fortalecer a qualidade do ensino, com o aprimoramento e a formação de professores, mas também com medidas como o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), que associa o Bolsa Família a um curso de formação profissional. Haverá R$ 1 bilhão no programa.
A educação é vital, mas é preciso envolver outras áreas.Articular as políticas com ações voltadas à Copa e às Olimpíadas é um caminho para legar um novo patamar de vida ao jovem. Nesse sentido, não podemos deixar para depois a reforma do SUS e o enfrentamento do crack, que se alastra nas grandes cidades, definhando parcela das próximas gerações. O Programa Nacional de Combate ao Crack, lançado no ano passado, tem o objetivo de atacar esse problema.
Ao mesmo tempo, é crucial combater a violência com saídas como as UPPs, mas também controlando melhor as fronteiras e com ações de inteligência que desarticulem as quadrilhas.
Nesse capítulo, há políticas sociais decisivas: vale-cultura, construção de quadras poliesportivas e laboratórios em escolas do ensino médio, estímulo ao empreendedorismo e valorização da produção cultural local e comunitária, que dão voz e identidade e ampliam a participação do jovem. Cito as experiências com grafiteiros na gestão do PT em São Paulo.
Finalmente, priorizar o transporte público, com melhoria na qualidade e quantidade dos ônibus, tarifas mais acessíveis e conjunção com metrô e trens. Isso é vital porque os estudantes passam muito tempo se locomovendo em veículos lotados e sem o mínimo de conforto que permita ler e estudar no trajeto, além de roubar tempo precioso de lazer e convívio social.
Olhar para o jovem agora e envolvê-los nas decisões é garantir o elo entre as diferentes gerações e, assim, o futuro do país.
Comentários